Lentamente nos aproximamos,
como que hipnotizados.
A lua cheia no céu a boiar,
em filetes de claridade
invade o quarto
pelas frestas da janela,
confundindo-se
com a tênue luz do abajur,
iluminando os corpos
que dançam sensualmente
no ritmo louco do desejo.

Corpos atados em braços,
trançados em pernas,
amarrados em sôfregos abraços.

O cheiro do sexo impregna o ar,
o cio desperto nas carnes
domina as mãos,
os lábios,
as línguas.

Sussurros, gemidos,
palavras, suspiros.
Luta, rendição,
dama a comportar-se como puta.

Dominador e dominada,
senhora e servo,
fera e presa
no mesclar dos sentidos,
envoltos pelo véu do pecado.

Roupas arrancadas,
rasgadas pelo prazer incontido
que floresce nas mãos
em forma de carícias e arranhões.

Vânia Moraes 

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